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Primeiramente, é essencial compreender o perfil e a jornada do usuário que busca no Google por clínicas de reabilitação e tratamento para dependência química.
Algo importante a considerar é que 90% dessas pessoas estão enfrentando o problema agora ou apenas começando a perceber a gravidade da situação. Muitas vezes, são familiares que antes preferiam não se envolver, esperando que fosse apenas uma fase. Esse público ainda não tem informações sobre custos, procedimentos de internação ou se o tratamento pode ser feito com medicação. Ou seja, eles vão ao Google completamente desinformados, buscando respostas.
Na primeira etapa, esses usuários pesquisam termos como “tratamento de reabilitação” ou “tratamento para dependência química”. Como estão iniciando essa jornada, acabam clicando em vários anúncios e acessando diversos sites para obter informações. As principais dúvidas envolvem valores e o processo de internação. Muitos nem sabem que a internação pode ser necessária para um tratamento eficaz.
Esse comportamento gera um grande número de cliques nos anúncios pagos, impactando os custos das clínicas e dos captadores. Com o tempo, o usuário adquire mais informações e percebe que o tratamento particular pode ser a única opção. Antes de chegar a essa conclusão, porém, ele pode tentar encontrar alternativas gratuitas, pesquisando termos como “clínica de reabilitação gratuita”. Mesmo que as campanhas negativem palavras como gratuito, de graça e grátis, os anúncios pagos continuam aparecendo, e muitos usuários clicam neles acreditando que encontrarão um tratamento gratuito.
Ao acessar os sites e perceberem que não há gratuidade, esses usuários voltam ao Google e repetem o processo, clicando em outros anúncios. Esse comportamento gera especulação e aumenta os custos das campanhas. É comum que clínicas e captadores questionem o motivo de receberem tantos cliques, mas poucos contatos. Isso ocorre porque grande parte desses usuários está apenas buscando informações iniciais, sem intenção real de entrar em contato naquele momento.
Na etapa seguinte, os usuários já entendem que o tratamento é particular e começam a buscar valores e mais detalhes. Eles acessam diversos sites, tiram dúvidas e, em algum momento, percebem que precisarão entrar em contato, já que os valores geralmente não são divulgados publicamente. Isso ocorre porque os custos variam conforme o grau de dependência e o tipo de substância envolvida.
No entanto, nem todos os usuários que entram em contato são considerados leads qualificados. Um lead qualificado é aquele que realmente necessita do tratamento e tem condições financeiras para pagar por ele. Ainda assim, um captador experiente pode direcionar o usuário para a melhor opção disponível, seja uma clínica com valores mais acessíveis ou um serviço adequado ao perfil do dependente.
Além desse público, há um grupo menor que já passou pelo tratamento e retorna ao Google porque perdeu o contato da clínica onde internou um familiar. Quando há uma recaída, essas pessoas tendem a procurar diretamente a clínica onde o tratamento foi feito anteriormente. Porém, se não possuem mais o número salvo no WhatsApp, acabam pesquisando “clínica de reabilitação” e clicando em anúncios, tentando localizar o estabelecimento correto.
Embora esses cliques também representem especulação, eles não são necessariamente negativos. Se o usuário entrar em contato, um captador qualificado pode convencê-lo de que sua clínica oferece o melhor serviço para suas necessidades. Afinal, muitos captadores também são vendedores e sabem como direcionar o lead para uma decisão favorável.